domingo, 22 de fevereiro de 2015

Soneto, nº 124 (Muriliana, nº 1)

A manhã suspende os guizos da noite,
atrás de cortinas Azuis. Murmura
o gênio do bosque: roseiras dão-se as mãos,
vento despenteia as nuvens.

No lago próximo peixes movem as antenas
pra me escutarem. Pássaros bebem o
sol, devolvem oboés aos meus ouvidos,
os bichos do campo fiam minha roupa.

Preparo a mesa do Hóspede aos meus
irmãos, erês-Anjos. Três estátuas em
pedra-sabão trazem lá de Congonhas
um grande abraço do Aleijadinho____

a manhã suspende os guizos da noite:
girassóis retomam sua dança Antiga.

(Imagem: Mont Saint Victoire, de Paul Cézanne)

Nenhum comentário:

Postar um comentário