sábado, 7 de fevereiro de 2015

Ápice (Soneto, n° 96. À memória de Mário de Sá-Carneiro)

De um sol longínquo um sopro
nos outonos de Mim  -  onde uns aléns
inda refletem luz Sonoramente  -
algum jardim floresceu

pelos meus olhos tão d'água, memória
do que eram cores vestindo
o branco-Vazio da minh'alma,
aurora, um dia...

"Ah, não sei porque mas certamente
aquele raio cadente
alguma coisa foi na minha sorte,
que a sua projeção atravessou..."*

onde era ideia de Norte, último sopro
a retardar o inverno Derradeiro...

*( Citação de trecho do poema "Ápice", dos mais lindos de Sá-Carneiro)

Imagem: pintura de Julio Pomar, "Lusitânia
no Bairro Latino"  -  retratos de Mário de Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor, e Amadeo de Souza
Cardoso)

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