domingo, 24 de janeiro de 2016

Descanto do rei Bozó(Soneto, nº 166. À memória de Mário de Andrade, com o pensamento em seu poema "Canto do mal de amor".Pra Emanuela Helena)

Ingés-tremoços de novecentas manhãs
engorduradas por sulfurosas Mortálias
são todo o palavrório escabeche que arrancareis
de meus dentes, empós o quase Naufrágio

testemunhado por frentistas em Botafogo,
quando alta a madrugada andava
e inda mais alto de calibrinas
eu viramundo me Desencontrava,

a carne triste de não ter Quentuço
no quarto Inútil que hoje mal carangueja
um valhacouto desesperançado
não mais dorsal tatuado em Porvires______

furando os ares Desvejo hímens:
em calmarias faz-se a colheita do Sal.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Estudo Novo(Soneto, nº 165. Para Ana Carolina Assis)

Todo esse mar que não mais Encontro
quando Me busco no espelho:
marchecas dos carnavais bororós
e que não voltam mais Nunca.

É tudo escuro os bronzes que inda vestimos,
sem madagásquio e sem Véus,
nós generais da meia-noite
andando pela Serra do Mar_______

e descaindo em condições Lamentáveis
pela janela do oitavo andar
até lá embaixo nas fuças da Tonelero,
perdendo Todas as impressões digitais______

agora somos cinquenta velhas saindo no tapa
por causa de um olho um dente e Betoneiros Sízifos.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Cantarolês(Soneto, nº 164. Pra Danielle Ronald de Carvalho)

Sobre esta pedra assentado contemplo
os Longes do mar, seus muros  -
folhas azuis num bamboleio lunário
desque foi-Tempo e os Três dançavam juntos

um kyrie pela futura Memória.
É dia, mas nuvens brincam de guardar o sol 
e eu penso Amarildos que não verão Sepultura,
enquanto árvores se vestem de luto.

Repasso as horas e a poesia em pânico:
uns quês de Quentuço me chegam mornos
dos teus altares, onde iberês cantarolam
todo o Encantário dos teus olhos de-Noite______

daronde a mesa do Hóspede
abraça os pássaros e o fim do Mundo.

Rodopio(Soneto, nº 163. Pra Gabriela)

Barrança(!)
de erês-Cutuba plurigigantes, pernaltas:
visagens
do catalão Birutê_______

manzanzam aqui pelo quarto,
sobem paredes, decretam vaga
a presidência da república: joelhos
viram geolhos, ali no Duro!

No valerão de Ouro Preto
rasteja o vulto do gênio:
Aleijadinho, nome Certíssimo
pra no Futuro julgar os vivos e os mortos______

barrança  -  eu disse no início  -  de erês-Cutuba
daqueeeele catalão Birutê.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Loukório(Soneto, nº 162. Ebó Porciúnculo nº 2, pra três trombones trompa e fagote. Pro Sergio Cohn, e pro Marcelo Reis de Mello)

Pra Unidão deste poema
ele vai durante a febre,
ele se mescla e se amealha,
e por vezes Catifundo se devassa______

mas seja Tudo pelo amor de Deus!!
O céu tão cheio de urubus à tarde
passeia a bunda gris sobre o jardim,
onde heras murtas e açucenas parlam:

- pedraças, saibros e argamassas Muitas
agora mandam na cabeça humana
e nos sovacos, testas, horizontes de Ontem
e de infâncias em catiras mais Escuras______

Ai! Galeras afundadas, bordaduras de Aços
(nem morrer direito se consegue mais!)!

Sonetilhança Tamanha(Soneto, nº 161. Ebó Porciúnculo nº 1, para três trombones, trompa e fagote. Pro Sergio Cohn, e pro Marcelo Reis de Mello)

Nessa Tamanha ver perovazdecaminha  -
de tez descalça e Medonha  -
e com todos os cinturões
postos do Avesso

é que apareço em vertigens
e cruzes-Maltas Roncolhas
de serraduras e erínias
de que ela vida Adornou-se______

são vacarezas Sepúlcrinas,
emires Rotos de amálgamas
em cores mores Infantes,
pelo contrário, um Dislate:

escadescente, Maiúsculo,
des-tremembé Sete Palmos!

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Sonetim de Acordar(nº 160. Pra Danielle Ronald de Carvalho)

Tons de rubro anti-escalam a copa das árvores.
Alguém sopra as últimas estrelas.
Mais uma vez se adia o retorno do Cristo,
os Três vestem de Azul a manhã.

Pássaros sacodem ganzás
enquanto assobiam oboés. Pelo teu quarto
estátuas de pano bocejam, à espera
da luz dos teus olhos Negros.

Ao longe o mar se Esprameia
em trinta línguas do P
(enquanto sonhas com pés de vento e sacis):
demônios verdes caem duros, transfeitos em pedra______

nesta manhã reencontrarei os teus braços,
onde homem e mulher são UM.