Era uma vez mundéu Grande,
nascido às primas horas do Tempo,
pela boca dos Três. Houve tarde e manhã,
céu inteiro pra nuvens
andarem de bicicleta, e brincarem -
se muito gordas de chuva -
de orquestrarão de trombones. O velho Ferges matuta,
apascentando um rebanho de tubas.
Primeiros jardins banzavam dálias gigantes
sobre teu corpo adormecido.
Espelhos de larguíssimas águas formaram rostos,
todos com teus olhos negros de-Noite______
ó cintilação dele Hóspede
que brota pra julgar vivos e mortos!
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Perégrinum(Versão soneto, nº 158. Para a amiga Gabriela Carvalhal)
Sob as portadas Imensas da grande catedral
me detenho, os sete Rostos armados
da mais sinceríssima Penitência. Eternidade me chama:
qualquer parede ali bafeja murtas de Séculos.
A praça da cidade é a mesma
de antes do tempo das Cruzadas, quando leões e cordeiros
desceram cataprúnzios a europa, todos querentes
dum embate com o dragão da maldade.
Mas hoje o tempo anda nublado e Vênteo,
os aldeões farejam em Mim cavernanças e
mais açoites Maduros, olhos de outono Pleno
em Várzeas que vida-Mara* plantou______
altares de xique-xiques, zabelês-Chorares
planaltos descarrilhados de Infâncias...
(*Mara: palavra hebraica, significa "amargura")
me detenho, os sete Rostos armados
da mais sinceríssima Penitência. Eternidade me chama:
qualquer parede ali bafeja murtas de Séculos.
A praça da cidade é a mesma
de antes do tempo das Cruzadas, quando leões e cordeiros
desceram cataprúnzios a europa, todos querentes
dum embate com o dragão da maldade.
Mas hoje o tempo anda nublado e Vênteo,
os aldeões farejam em Mim cavernanças e
mais açoites Maduros, olhos de outono Pleno
em Várzeas que vida-Mara* plantou______
altares de xique-xiques, zabelês-Chorares
planaltos descarrilhados de Infâncias...
(*Mara: palavra hebraica, significa "amargura")
domingo, 10 de janeiro de 2016
Soneto Reminiscente(nº 157. À memória de Manuel Bandeira, com uma pitada de Mário de Andrade. Para Fatine Oliveira, e pra Gabriela)
"Je vois des anges!" - Exclama o coronel,
transportado, rolando escadaria abaixo mesmo
no meio do concerto de Schumann.
Um telefone atravessando a noitêra
engole as flores de Januário,
os bem-te-vis da Lindaura,
o concretismo dos Campos: deixando chocho o maxixe
do ilustre cabo Machado,
indo por Fim das nos merdéus da Lagoa:
quase atravanca o mergulho
do carumbé João Gostoso(depois que ele veio
lá do bar vinte de novembro)_______
foi bem assim Cataplum!,
bateu no fundo e Cabou.
transportado, rolando escadaria abaixo mesmo
no meio do concerto de Schumann.
Um telefone atravessando a noitêra
engole as flores de Januário,
os bem-te-vis da Lindaura,
o concretismo dos Campos: deixando chocho o maxixe
do ilustre cabo Machado,
indo por Fim das nos merdéus da Lagoa:
quase atravanca o mergulho
do carumbé João Gostoso(depois que ele veio
lá do bar vinte de novembro)_______
foi bem assim Cataplum!,
bateu no fundo e Cabou.
Sobre mares, ventanças...(Versão soneto, nº 156. Pro Luis Turiba)
O mar natural da vida
é fogo: qualquer coisa meeenos
o lago do cisne branco
em noite de Luarada,
ele pulula de mussuês e más pandorgas
Ruins, feito pipoca ululante que mãe fazia
nos sabadários à tarde, tempo em que a gente achava
mundéu 'cabando no quintal de casa.
O mar da vida é que nem
desembestê de potro chucro no pasto
e outros miguilins do Capeta que vida Madrasta
às vezes faz a gente engolir______
onde trombones no céu são mequetrefes dragões
senhoras e senhores pondo os olhos grandes em Nós.
é fogo: qualquer coisa meeenos
o lago do cisne branco
em noite de Luarada,
ele pulula de mussuês e más pandorgas
Ruins, feito pipoca ululante que mãe fazia
nos sabadários à tarde, tempo em que a gente achava
mundéu 'cabando no quintal de casa.
O mar da vida é que nem
desembestê de potro chucro no pasto
e outros miguilins do Capeta que vida Madrasta
às vezes faz a gente engolir______
onde trombones no céu são mequetrefes dragões
senhoras e senhores pondo os olhos grandes em Nós.
Erês de Exílio(Soneto, nº 155. Dedicado a: Emanuela Helena, Augusto Guimaraens Cavalcanti. E para Gabriela)
Entonces erês de Exílio, leito de mar
pluriencharcado em Poeira: são meus torés,
abacateiro Estrompado nos carnegões
dela Vida - mara* mais Tantra...
Porto de Sagres que fui, hoje tropeço
ingés de Quase setembros, coretos Murchos
e mais Inás - distantes de mim, sem réstias
de sol nas laterais janelas...
EU: sem olhos num léu de gáveas Extintas,
outonescências de tempo-Foi e tantos,
tantos pássaros que vi morrer nos dentes
maus dele Exílio, mar Pretérito______
a torre de marfim fez-se Esqueleto,
o oceano apodreceu no próprio Leito.
(*Mara: palavra hebraica, significa "amargura")
pluriencharcado em Poeira: são meus torés,
abacateiro Estrompado nos carnegões
dela Vida - mara* mais Tantra...
Porto de Sagres que fui, hoje tropeço
ingés de Quase setembros, coretos Murchos
e mais Inás - distantes de mim, sem réstias
de sol nas laterais janelas...
EU: sem olhos num léu de gáveas Extintas,
outonescências de tempo-Foi e tantos,
tantos pássaros que vi morrer nos dentes
maus dele Exílio, mar Pretérito______
a torre de marfim fez-se Esqueleto,
o oceano apodreceu no próprio Leito.
(*Mara: palavra hebraica, significa "amargura")
sábado, 9 de janeiro de 2016
Nascimento da Poesia(Versão soneto, nº 154. Para Fabiana Conceição. E pro cabrunco Medeiros Claudio)
Mundo mal despertando
do sono da Nulitude.
Pianos recém-nascidos
andavam atrás de suas mães
nas primeiras planícies. O homem
era um jardim de estátuas de pedra.
A Virgem desceu do céu
trazendo as primeiras estrelas,
flor dos Tempos se Abriu.
Do grande tacho dos deuses vieram
vinte e seis brasas na mão dum tal Prometeu,
que pôs Incêndio nas bocarras graníticas_____
houve tarde e manhã nos olhos do Homem
abertos para o exercício do Mundo.
do sono da Nulitude.
Pianos recém-nascidos
andavam atrás de suas mães
nas primeiras planícies. O homem
era um jardim de estátuas de pedra.
A Virgem desceu do céu
trazendo as primeiras estrelas,
flor dos Tempos se Abriu.
Do grande tacho dos deuses vieram
vinte e seis brasas na mão dum tal Prometeu,
que pôs Incêndio nas bocarras graníticas_____
houve tarde e manhã nos olhos do Homem
abertos para o exercício do Mundo.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Monstrurograma Samarco(Soneto, nº 153. Para a amiga Ana Lívia)
Manhã. Sol medroso aparece.
Uns capetões samarquícios descem ladeira_____
foi bruzundêra, foi Coisa, foi boi da cara
mais Preta a mancharar a terra d'Alphonsus.
Num tem tresande em choréus
nem bosterices de vela nas cabeceiras,
sol medroso aparece e nos ombros de Mariana
as procissões são desnovelos Inúteis:
que os homens-Cornos - políticos Anti-malungos -
dinamitaram árvores de meus cantares,
fungurulhando contumazes monstrices
pra ver corar um frade de pedra______
samarcomonstrurograma que a gente engole
e nunca mais se acaba de Morrer.
(Imagem: Salvador Dalí - "O ovo da Cascavel")
Uns capetões samarquícios descem ladeira_____
foi bruzundêra, foi Coisa, foi boi da cara
mais Preta a mancharar a terra d'Alphonsus.
Num tem tresande em choréus
nem bosterices de vela nas cabeceiras,
sol medroso aparece e nos ombros de Mariana
as procissões são desnovelos Inúteis:
que os homens-Cornos - políticos Anti-malungos -
dinamitaram árvores de meus cantares,
fungurulhando contumazes monstrices
pra ver corar um frade de pedra______
samarcomonstrurograma que a gente engole
e nunca mais se acaba de Morrer.
(Imagem: Salvador Dalí - "O ovo da Cascavel")
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