terça-feira, 5 de abril de 2016

Noite envolve...(Soneto, n. 173. Pra querida Sarah Valle, e pro Alexandre Guarnieri)

A nave antiga
parece uma ave Insubsistente
na tarde que a noite envolve.
Nave tardia - planeta acachapante 

em gotárdeas garras de ferro escancaradas 
nas bocas outrora amantes dos pássaros, 
e da palavra "música" - dialeto dos anjos,
ogãs-Cubistas do Eterno.

As velas juntas de tão frágeis naus
inda acreditam nos ternos que vestem
e no bafo dos automóveis 
acochambrando as artérias da Urbe_______

aves-Aquiles de maus calcanhares
morrentes à tarde que a noite Envolve.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Soneto, nº 172

Porque me Vi nos teus olhos, quando acordei,
foi mar Alto: anjos Murílios de cara redonda
zanzaram com mil zabumbas vestindo ipês
de todas as cores, saudando um girassolzão

deeeeste tamanho, que ele Van Gogh arranchou
no meio das árvores azuis do céu,
e fui Junto: mundéu me abriu cantarês
de sabiás em festerência Arlequínia______

pianos gigantes cavalgando centauros na cacunda
deste planeta-Navio, qual novo porto
de Sagres, de onde partem galeras 
armadas na direção do mar Alto_____

porque me Vi nos teus olhos, fui Junto,
quando acordei: portorões do Infinito.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Mar Tamanho(Soneto, nº 171. Para Laura Marília)

Flor negra me apareceu agora, descalça  -
no asfalto dos meus espinhos Cabeludos  -
e foram vagas de um mar Tamanho
mundivagante nas madrícias-Áfricas,

e aí toda candonga é bem um hímen a menos
na contramão da vida madra e padrasta:
meus caterés trazem bongôs e rabecas,
madureceram os Coretos.

Ela é tão flor de horizontes olhando os longes
do Mar... seu requebrô é tantra Magício
junto de anjinhos cubistas tocando belerofones,
e num repente me vem o sol por Ogã, ______

amanhecências de maternas Áfricas
me aguarejando os cacaréus, Refloridos.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Soneto, nº 170(Pro Luis Turiba, comemorando sua entrevista sobre a Bric-a-Brac, entrevista feita pelo Sergio Cohn. Pra Danielle Ronald de Carvalho)

Arpoador. Por do sol
maripousa nos olhos. Certeza:
passaram veja no céu, esse Azulzão
chega lá dentro da gente gasta.

Por um momento se esquecem
as sacanagens do cunha Monstrôncio
e os cinco mil quilômetros de costa,
gente encarna uns erês

e o rubroamarelo segue
no balancê com as gaivotas,
gosto de Infância, de cara então
pra vida mais Rara______

a vida , sem noves, foras...  -
nem Nada.