Terra brasilis sem ponto
de erê que Chegue pra missa:
fatura mara(*)candonga em cós de
mumicabraque_____
o mais horrendo em Mortícies
e maus retrós de amaralinas defuntas,
sujeira Adulta a masgarar quase tudo
lá no senado Roncôlho(*)
e vezeirão de só parir roubalheira
desque faz-Muito nos sertões da história,
a sacanagem(parece) trazida a pluri-mãos cheias
nas caravelas do monte Pascoal_____
terra brasilis(de Fato) mais Deserês
que Cheguem pra uma missa magra.
(*)Mara: palavra hebraica, significa "amarga"
(*)Roncôlho: gíria baiana, depreciativa, significa um sujeito
que nasceu com um ovo só no saco
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Soneto, nº 131(Desentranhado a partir de original de Sarah Valle. Pra ela)
Quero me Ir, além das bordas.
Turvar na queda as águas do Espelho,
partindo a linha do horizonte:
com sete clavas Precisas.
Os mares todos se movem,
chacoalham seu feixe de mortos,
gáveas de galeras Extintas,
lugar pra se ouvir histórias
de mantos com rostos Úteros e encantamentos
escritos no idioma dos anjos, Floridões
de infâncias grávidas de nossas próximas mortes,
ainda assim o Longe que meus pés Avoam_____
porque me quero bem Lá, além de beiras e bordas
onde na queda turve as águas do Espelho.
Turvar na queda as águas do Espelho,
partindo a linha do horizonte:
com sete clavas Precisas.
Os mares todos se movem,
chacoalham seu feixe de mortos,
gáveas de galeras Extintas,
lugar pra se ouvir histórias
de mantos com rostos Úteros e encantamentos
escritos no idioma dos anjos, Floridões
de infâncias grávidas de nossas próximas mortes,
ainda assim o Longe que meus pés Avoam_____
porque me quero bem Lá, além de beiras e bordas
onde na queda turve as águas do Espelho.
domingo, 9 de agosto de 2015
Soneto, nº 130(Para Sarah Valle)
Então você desaçambarca o meu céu
cortando a rota de fuga das estrelas.
E o mesmo céu não mais anda,
despido de pernas até o Talo da
Bacia das Almas, abaeté de Escurências
e mais flautins caindo do firmamento
junto àquele terço dos astros - os que vestiram de enxofre
os quatro cantos do Mundo.
Ainda assim vejo flores sobre teus ombros
quando adormeces(pendida a máquina do braço):
vejo os tritões das fontes de Roma em quizombárias Festanças
e sabiás zinindo oboés pelos ipês do meu bairro______
isso apesar do Não-céu das cinzinalhas que visto,
porque transformo a saudade em jacis-marfins de Acalanto.
cortando a rota de fuga das estrelas.
E o mesmo céu não mais anda,
despido de pernas até o Talo da
Bacia das Almas, abaeté de Escurências
e mais flautins caindo do firmamento
junto àquele terço dos astros - os que vestiram de enxofre
os quatro cantos do Mundo.
Ainda assim vejo flores sobre teus ombros
quando adormeces(pendida a máquina do braço):
vejo os tritões das fontes de Roma em quizombárias Festanças
e sabiás zinindo oboés pelos ipês do meu bairro______
isso apesar do Não-céu das cinzinalhas que visto,
porque transformo a saudade em jacis-marfins de Acalanto.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
Soneto, nº 129 (Pro cabrunco Xandu dos Ratos)
Mundo candongo Corno este
onde homens andam sem asas
desde o começo dos tempos,
órfãos dos Três por Malazártea vontade.
Espero um capeta bem Prequeté
destrancarar os portorões do Abismo,
quando avenidas despencarão pelos olhos
de quase todos, e as fábricas rangerem dentes
mastigarando as últimas árvores,
e tudo em roda não mais sentir
as Insistências da aurora, transfeita
em noite de bumerangues-Morcegos_____
então se verá novamente o Cristo Vivo,
saudando o Fim do mundo corno Candongo.
onde homens andam sem asas
desde o começo dos tempos,
órfãos dos Três por Malazártea vontade.
Espero um capeta bem Prequeté
destrancarar os portorões do Abismo,
quando avenidas despencarão pelos olhos
de quase todos, e as fábricas rangerem dentes
mastigarando as últimas árvores,
e tudo em roda não mais sentir
as Insistências da aurora, transfeita
em noite de bumerangues-Morcegos_____
então se verá novamente o Cristo Vivo,
saudando o Fim do mundo corno Candongo.
domingo, 12 de abril de 2015
Açougue Ceuta, 1920 (Ou recordança de um Rio de Janeiro beeeem mais Partido. Soneto, nº 128)
À porta do açougue Ceuta, mem de sá 38.
Acém tá caro, e roncôlho.*
E, mesmo bão, Mi-rim-bi-co*____
pra a maior parte das bocas.
Falar no mosqueiro é fácil,
são tantas e Zunzurantes
que a gente lembra o ditado:
fecha a matraca, Senããão...
Dispois mais tarde cresce a noite por Tudo.
Açogue fecha, o português
leva os bigodes, as chaves.
Leva um tanto das moscas.
A carne fica lá dentro, num Lonjurê Cafajeste
da maior parte das bocas.
(Mirimbico: mais do que impossível, segundo São Mármaro)
(Roncôlho: gíria baiana, depreciativa, significa um sujeito que nasceu com um ovo só
no saco)
Acém tá caro, e roncôlho.*
E, mesmo bão, Mi-rim-bi-co*____
pra a maior parte das bocas.
Falar no mosqueiro é fácil,
são tantas e Zunzurantes
que a gente lembra o ditado:
fecha a matraca, Senããão...
Dispois mais tarde cresce a noite por Tudo.
Açogue fecha, o português
leva os bigodes, as chaves.
Leva um tanto das moscas.
A carne fica lá dentro, num Lonjurê Cafajeste
da maior parte das bocas.
(Mirimbico: mais do que impossível, segundo São Mármaro)
(Roncôlho: gíria baiana, depreciativa, significa um sujeito que nasceu com um ovo só
no saco)
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Soneto, nº 127
Sou todo um espaço de Várzeas
onde elas flores murcharam,
zimbórios Desmacanudos
carapitando nas cacundas-Alma.
Que eu: erê-Passarim
anoiteci pros abracéus das cores
desque meu pai mandou meus braços
cagalharem nos Quintos, mercê de coice
e porrada, mais Amedrôncios
de troco. Dispois das asas cortadas
num teve mandinga nem rosa
que desse jeito no Cinzéu restante_____
onde elas flores Murcharam
restaram várzeas nas cacundas-Alma.
(Imagem: La natureza herida, Manuel González Serrano)
onde elas flores murcharam,
zimbórios Desmacanudos
carapitando nas cacundas-Alma.
Que eu: erê-Passarim
anoiteci pros abracéus das cores
desque meu pai mandou meus braços
cagalharem nos Quintos, mercê de coice
e porrada, mais Amedrôncios
de troco. Dispois das asas cortadas
num teve mandinga nem rosa
que desse jeito no Cinzéu restante_____
onde elas flores Murcharam
restaram várzeas nas cacundas-Alma.
(Imagem: La natureza herida, Manuel González Serrano)
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Estudo à mó de Caronte (Soneto, nº 126. Pros cabruncos Hugo Stutz e Ullisses Areias)
Entonces: conforme a dança da vida
se descaralha em ferrolhos e
cinzalhêras Morrentes, foz deságua no são jão
batista, ponto final de nóis-Tudo.
Isso vem desque Eles Três
chegaram rente do primeiro Adão
mostrando a porta dos fundos:
armada de capa e foice.
E desde entonces foi Coisa,
cragoatás no fiofó de nóis-Tudo,
rinchavelhos* das mortes
sem poxoréus de Saída porque
mais hoje mais amanhã: cabrunguê Desmilingue,
bate-coxa pirambêra Abaixo.
(*rinchavelho: risada enfisêmica de homens velhos,
segundo Monteiro Lobato. Imagem: Criança Morta, de Portinari, 1944)
se descaralha em ferrolhos e
cinzalhêras Morrentes, foz deságua no são jão
batista, ponto final de nóis-Tudo.
Isso vem desque Eles Três
chegaram rente do primeiro Adão
mostrando a porta dos fundos:
armada de capa e foice.
E desde entonces foi Coisa,
cragoatás no fiofó de nóis-Tudo,
rinchavelhos* das mortes
sem poxoréus de Saída porque
mais hoje mais amanhã: cabrunguê Desmilingue,
bate-coxa pirambêra Abaixo.
(*rinchavelho: risada enfisêmica de homens velhos,
segundo Monteiro Lobato. Imagem: Criança Morta, de Portinari, 1944)
Assinar:
Postagens (Atom)