domingo, 29 de março de 2020

Soneto da Casa Feia(n.325, versão corrigida. À memória de Lamartine Babo, e inspirado em "No Rancho Fundo")

A tarde lança do cume Sísifo seus Traques:
são dois são dez Brumalhões
e DÃO no cocuruto com tal PÊIA
que dele espanta os pianeios e os fagotes________

eles saem assoviando com raiva
o Trerenzim do Caipira num modê Monstrício,
na receita pontificam os relinchos da Bruxa,
ela velhííssima Moura Torta________

o esbarrôndio cabrorúcio mora na casa
mais Abominácia da rua, só lhe restando
chorambar tudo que a vida Madrarícia
com mão Grande lhe impediu de Cochambrar:

sou EU, o morenô Rancho Fundo,
que nem viola tem, para acenar pra Lua.

Oitavo Esbregue dele São Mármaro na Quarentena (Soneto, n.580, forma 3/2/7/2)

A filha de pai JÃo secou secOOu
que nem pitanGUÊra anEnCÉfala,
pai JÃo gramou nos remos da canoa,

chegou no SUS, era Tarde: Ritinha acaba de
adentrar as estatísticas, morreu, foi

VÍÍrus, de-NOvamente nos chicotes.
O sangue de pai JÃo é mesmo um
cachorro SEM penas, e o velório evém começa
na internet às 16 e "meus sentidos pêsames"
é o que sem dúvida o Planalto não dirÁÁ,
na sala humilde a reza amÔrfa
posludiona Braço a menos no país__________

Santa Maria Mater DÊÊus, pra ficar RÚim
'inda vai ter que melhorar e MUUUito.

SÊtimo Esbregue dele São Mármaro na Quarentena (Soneto, n.579, forma 3/2/7/2)

A pata do elefante de mil rostos
começa a pôr a enXÓ de ferro nas
favelas, abri chão novo no grolÓ-Papiro:

Maré, Rocinha, ela Cidade-de-Deus,
é só o frin-frÍÍn, do apito-InÍcio do VÍrus,

vamos nÓÓÓs ao cu-do-Judas
do Outro mundo, onde os sabugos de milho
urrÔÔam como bois de verdade e
não precisam ver pano vermelho;
um cego Flebas cerze o que
recitativamente com certeza NÃO É
pássaro, mais-de-MAR aberto sobre o

tronco da palavra ExÍÍlio: além da foice
a Morte ataca de machado, cavadeira, enxÁÁda...

Sexto Esbregue dele São Mármaro na Quarentena (Soneto, n.578, forma 3/2/7/2, à memória de Mário de Sá-Carneiro)

Sobre ele mundo de amanhã: com esse LÔntrico VÍrus
'sbregunçando o rolerê das matinas,
cabe esta pergunta sem Janelas:

quem possuirá meu Ossário se meus eflÚvios
na barca de Caronte forem dar

com os costados? O que ficar para o caixão
serão estátuas que se perderam dos braços,
árvore que não mais ouve os oboés cantarem
pelas manhãs, trupe de tromborones
que não mais chove sobre os maciços do GrajaÚ,
Policarpão Quaresmeira à espera do cadafalso
em cela escura e sem um XÊro de violão________

de nunca mais catedrais
surfando a cabeleira dos minutos.

Quinto Esbregue dele São Mármaro na Quarentena (Soneto n.577, forma 3/2/7/2)

Era uma vez CondeÚba, cidade
a sete mil quilômetros de Sampa
e que já-já vai transferir os seus velhos,

que chegou Caronte na cidade e o circo-VÍrus
montou caCUndas na praça__________

eSSe o Rolê que foi parido na China
e o mundo velho agora é Cerro Corá,
TUDO é Cerro Corá______vengam pescoços,
que as gravatas de chumbo andam fungando
os canGÓtes, elas candongas Todas Inúteis,
noiTÊra eVÊm nele edifício do Planeta,
era uma VÊÊZ CondeÚba e Rio, Sampa,
Itamonte, Pirabeiraba, Bangu_________

eVÊÊm cavalo amarelo, praticumbum:
TURUNJÚÚÚBA.

Quarto Esbregue dele São Mármaro na Quarentena (Soneto, n.576, forma 3/2/7/2)

Madrugada vinte e três mês março.
Pesadelo do VÍrus desceu dos ombros
do cavalo amarelo, quinhentos pés

na porta das Caratingas, friÚme
nele espinhaço do espírito________ o grito

do quadro-Munch é baleRÊmio
de esgares passo-de-ganso enquanto a soma dos
caixões vai pingalhando no surrão da Magra
e o barCaronte vai perdendo os estribos
com tanta morte_______
chanFÁlho que eXtingue as horas
dele "amanhã" que não tem mais na

prateleira________ no mungunZÉrio da Coisa
AÍ mesmo é que Amarildo não verá seu Enterro.

sábado, 28 de março de 2020

Terceiro Esbregue dele São Mármaro na Quarentena(Soneto, n.575, forma 3/2/7/2)

Mas esse trÁÁl c'ronaVÍrus
vêi' pelas caCUndas dos escaninhos
e frestas de onde as notas caÍram

SEM que as partituras SentÍssem,
secou-SE a água nelas paredes da Alma

e os BeleLÉUS falam GrÔsso
o que não é nem carma nem cruz, mas é
merDÊÊncia ver gigantescas girafas
cujas cabeças cospem torres de petróleo,
no mêi' do trigo ela polÍcia secreta
efenestrÔu primeira leva de chineses
que o VIrumBÁceo escargalhou di-com-FÔrça________

êê despauTÉÉrio mais virgulinos Alados,
boRÔis zebus descendo Mortos a Enchente!!

domingo, 22 de março de 2020

Segundo Esbregue dele São Mármaro na Quarentena (Soneto n.574, forma 3/2/7/2, ao meu irmão André Mauro)

Segundo uns maias o mundoRÊ que não 'Cabou
láá no dezembro de 2012
agora Pode - triunphoNÂnte -

requerer PENICO_______ resto Inteiro
à Merda mais DesaSSombrada seguirá,

paredesCÊnios de mil tentáculos
e a porta do Jardim perdeu seus hÍmens,
querida achei rinocerontes no armariolÃO
das crianças, e agora o seu governadÔ'
mandou trancar a casa______ c'ronaVÍrus
esbarrondou com o Estado de Roraima,
intÊro o CÔuro do país toma no cÚÚ,

ele-Caronte é Desespero só: serão SerÕES
e mais SerÕÕES del'horas extras.

sábado, 21 de março de 2020

Primeiro Esbregue dele São Mármaro na Quarentena(Soneto, n.573, forma 3/2/7/2, para Caleb)

À beira do que Era um copo um mundo CAI,
e há muito que se acabou
o conhaque__________

esFÍncter do grande Abismo ê jaz
aberto, o Relho cÂÂnta seu

couro crÚ num povoLÉU bem 'stronchÁÁdo,
fortuna é pulga, Inexorável, é cavalo de clope-Clopes
desde ela-China em ondoNÉzias pro mundo,
fuzuruÊS de não se ver partituras
na Pauta das constelações, não se ver corruPÍo
dos pioNÕes que a mão da Infância
alegrescÍa, e TUDO é grita - que o Vírus,

se não sumiu com o(já Finado) conhaque,
é grã-Certeza: estrumbiLHOU com o copo.

terça-feira, 3 de março de 2020

Soneto dele grilo tocante(n.572, forma 3/2/7/2)

Ô grilo acorda aÊ e toca
por favor um solo de flauta_______
- Pô, não basta o Manuel Bandeira

encher a porra do meu Saco e vem você -
logo vocÊÊÊ, o corno-AmpÉrio sem moral

nenhuma??? - acontece seu Nestor, grilo amigo,
talvez você fechado em livro não sabia
que os atabaques de outubro há bem dois anos
vomitaram em Brasília o piorÃO pesadelo
jamais achado nela história deste país_______
pensa cuMÍgo, o que seu Manuel te diria
se um cara como o Plínio Salgado alavancado

fosse à presidência?? - Pois é, o capEtão que aí está
é muito muito, MÚito, MUUUITO Pior.

Soneto, n.571(Forma 3/2/7/2)

Dez mulheres Ló tivesse lá em Sodoma
todas dez teriam olhado para trás
e se FUdido_______ a Lei de Murphy

é vuvuZÉÉla mais Sólida
do que reza a nossa VÃ filosofia.

Eu nunca mais beijei Laura Marília -
a deusa maternal de ogãs em Ébano -
e com certeza um céu de canivetes
me concorda - porque o Ló era mais Justo
do que eu - ISSO apenas em cantareira
preLÚdica______eu nunca mais
sequer irei ouvir-Lhe a voz

aqui na Terra______pra todo Corno
ele-Castigo É pouco.

Soneto da pá do esCÂNdalo(n.570, forma 3/2/7/2, para Ullisses Areias)

E são carnésias, espaços: estrada
em que pra mal dos meus pecados 
um deputado eu vejo verberar, gualBÉÉÉrtico, BOÇAL,

contr'ela exposição montada no Oiticica: VAAAI
estudar a criação do mundo segundo a contaçÃO

dos gregos, seu OrdiNÁrio, neo-Fascista,
filho-da-pÚÚÚtaaa!! - mas é cuTÚba
o galoPÊo alucinado à vista e sangue
de nÓis-TÚdo, essa galera do planalto
em vanerão Desenfreado serra Abaixo
e no caminho oitenta tiros leva um músico
porque na hora "errada" andou baixando

em território ÔGRIMO: estrada em que pra
mal deles pecados foi só a cabecinha que IntrÔ.

Soneto n.569(Forma 3/2/7/2)

A casa - que era de Elísias e Infâncias -
folhas azuis num bamboLÊi' multi-Lindo
de noite fresca de ÔLHO à lua em primavera -

é na verdade a Grã-suruba de Erínias
tri-Furiosas nos arrenGUÊS berroRÍldos_________

Flebas fenício oLHÓra o despauTÊ que de Brasília
aSSola a turba do Oiapoque ao vau-chuÍ -
a casa das Elísias desde outubro 28 de 2018
é valhaCÔuto, suruBÁcea de Erínias loucas,
erês-CutÚba em pluriCÉfalos demônios
e gleba de árvores de maçãs envenenadas,
iribeMÊS de maus dentes e retrocessos

ver treze de dezembro de 68: exposição que é
censurada em pleno hélio oiticica é só Um exemplo...

Soneto ao modo peça escolar 1936(Soneto n.568, forma 3/2/7/2)

Quem me busca a esta hora TarDÍssima,
achando que abrirei porTÁdas
onde às soleiras um sorrisÎu do Alferes

corneTÊa?? - não é só um mas Legião -
e COM CERTEZA é NÃÃÃOOO

a banda que até Hoje Ímpa meus sonhos
('ssa paisagem, CÂnha pruma MÁlta
que diz ser evangélica e na VÉra
é tudo gente mal-amada e mal-Comida) -
quem me CHIfrêa em nesta Hora
são fantasmas do AI-5, MUITO vivos,
todos eles palpaTÍnes deste DES-governo

bolsoNAZI________ o que me FÓde
é muita gente 'inda não Ver este SCenarium...

Soneto, n.567(Forma 3/2/7/2)

O sal do mundo-Novo anda caRÉca,
nuvens brincam de esconder o sol
nela ciranda que não tem graça

NENHUMA, e então mais Nada -
e pode a noite PEidar(com Todos os Chifres).

Faz teeempo, e Dão Sebastião anda sumido
num modo Igual ao dele pobre Amarildo,
gÓrnia puta e candente nos esporÕes
de redençŌEs que não virão NUNCA,
as esperanças pra quem espera acenos de
Brasília são na verdade chocaLHÊro
de (VÃS) mulheres de Ló, que além de tudo

são ReprovÁÁdas no cateCLISMO dos Três: o sal
de um mundo-Novo é Nunca Mais cabeLÊ.

Soneto delas goTÊras em frÔ(Sobre eles temporais nela cidade do Ri' de Janeiro em pleno aniversário 01/03/2020. Soneto, n.566, forma 3/2/7/2)

Barrancê descoiseromerdÁrido este balanço
que agora sento pra 'screvinhÁ sobre as
enchentes do fim-da-soMÂna_________

pra coMÊço de prosa só o que Havia no céu
eram árvores de maçÃs envenenadas.

Em meio ao vanerão 'louqueCÍdo
das águas em Labaredas o desfolhei' delas
casas foi Coisa-MÓrtis a dar cum pau de
porRÊte, todo um Déu descaLÁbrio
e as casas(portas janelas) pressuriamente
desceram num modo TODO água-ABÁixo
e a moça oferecendo eles lÁbios era ELA

a Magra, a CaveiRÚda, a(MAIS que)
Indesejada das gentes.

segunda-feira, 2 de março de 2020

QuenTÚço do EncalaCRÁrio(Soneto, n.565, NOVA PROPOSTA DE FORMA: 3/2/7/2. À memória deles: Marielle e Amarildo. Para Augusto Guimaraens Cavalcanti BulgaRÓlogo)

Faltam erês e mais vês-Cantares nas linhas
suplementares da pauta, os Putos andam pelados
em PLENA tribuna do congresso,

defino "pelados": a alma tÔÔrpe cada mês MAIS
com menos atabaques a disfarçar as

perFÍdias, as mazeLÂncias de AcÔche
ao já Esgarçado pescoCÊ brasileiro,
eu entarDÊço nas Marielles, nos Amarildos
que Nunca Mais______ 
ÊÊ pranto mais EncarnÁdo
que o povo espalha no asfalto ao despencar
dos andaimes, 'inda por Cima

atrapalhando o tráfego: sobre ESTA pedra
zé-bolsoNAZI DESMURUMBÓÓI o país.

Mais um sonetIÊ pra Amarildo (n.564, forma 3/2/3/4/2, para Caleb)

As nuvens guardam pranto bem gordo
em plena luz do dia______uns tonÉis d'Água
mesmo por cima dos cabeCÊS

da cidade______ e depois que baixÁÁr
a tristeza então terá mil Cascos de ferro,

não só Antonieta que terá Visto o tatu
estrumesciENdo as casas portas janelas
que virarÃO Boi Morto na enchente, fantasmas

de Exus sem braços e sacis sem boca
pra Chamar cachimbo, Muros de um mar
que os trezentos picaretas do congresso
continuam achando que É possível esvaziar

com um balde (!)______pranto BEM gordo,
obÉÉso: 'inda Amarildo continua Sumido.