SONETO DCCLVII

“Rabisco a carvão sobre a Igreja da Penha”

(Soneto n.757, forma 4/8/2)

Mil setecentos

e mais antanhos______onde a imperatriz

passaria Depois com suas maria-fumÁça

(dispOOis do cavalo derrubar Garibaldo)

houve um morrÓTE, pelado em riba

igual ‘sses hÔmi com

aeroporto de JatiUM nos quengo’______

hoje ali orÓRA pro nÓbis

casa de Nossa SinhÓRA

erguida pelos cabró’ preto

vindos das terras d’África______ Casa

orONDE dÊÊsd’ os mil e setecentos e arantÂNHOS

os poetas e os dÔIdos

dão-SE os Pés.

SONETO DCCLVI

Soneto n.756(Forma Inglesa. Escrito depois de

comprar “Álcoois”do Apollinaire no Bangu Shopping,

domingo 05/12/21)

Nuventidões

botam frucinhos nas janelas: diÁ

de são dondÃO Nicolau manhanÃ

num tem sol não siNHÔ_______

nau me chega a Praça XV

sem a força pra parir Primaveras,

com violões sem as calças

e sem a bênção do Padim_______

procissão FascisTÔRna andá nas ruas

buscando justamente os Viramundos

que tocariam os violões e acordariam

multidões, o rei ‘staria NU

sEEm acordes de preparação: Côiso indo

pros quintarÔLHOS das PÍÍcas.

SONETO DCCLV

Quermesse(Versão soneto, n.755, forma 3/2/7/2)

Mente quem diz

que a lua é Ooutra vertigem que não a

esmesurada sala de jantar onde aos convivas

expus o luminoso punhal de pur’AAço

e a malta – Inteira – que não é HUM mas

legiÃO______ despeja para as calendas o de-Comê

e a um só sus me bafeja

“pois nÃÃo mizinFÍu êh pode entrar à vontade

vamU ponhÁr as chinelas

só nÃÃo gadÂnhe

as obras completas do Olavo

e SIIIM vá ‘sfaquear seu amor e

num deixe NÃO

de nos soltÁ’ Barrabás.”

SONETO DCCLIV

R.G.(Versão soneto, n.754, forma 4/8/2)

Cidade dos homens: cinquenta por cento
mais HUM não se dÓÓem
por Amarildo ‘inda não ter enterro
de corpÚ presEnte_________

a mantiqueira esconde o último quilombo,
onde a Mesa de Pedra tem braÇUÍs
de mar sobre quintAIS,
e elÁs três águias
esfolam cardos nas fuças
dos barbados que mataram o Hóspede
e mastigaram a vinha de Nabote
no cú da porta das ovelhas,

fÔÔi-se a Herança n’Éla nÔItch
em que nasceu meu pai.

SONETO DCCLIII

Parada(Versão soneto, n.753, forma 3/2/7/2.

Para Augusto Guimaraens Cavalcanti)

Cabo Machado marchando em

garboso 5 por 4 é liiindo – isso diz

Mário de Andrade, e se espera

que nos peraus profundÚs

chusma dos sapos concÓÓrde – porque possÚI

o rosto da proto-Jerusalém

ainda em pés jebusEUs_______

com sua cota de

pássaros e bandeirÁS

‘garraFÁdas______os bÚzios

são mãos do NÉRvulo ora posto

em pÚblico Paço e Passeio_______

Cabo Machado moreno ele sÊo Mário

eternizou, sem concurso pÚblico.

SONETO DCCLII

Soneto n.752(Forma 3/2/7/2)

É nÔÔitch de Caymmi, e num SinÉdrio

esprEita um galo pronto pra acordar

Sum Pedro, ilÊ-trazendo junto o

temporÁÁ’______ de já por duas vezes

ter negado o Cristo_______ quebrorÔU-se

junto à Fonte o Úrbeo cÂntaro e

lá vEEm sob os chicotes sexta-feira,

aqui o mês de maio é mais SequÓIo

a cravelar pelo ‘spinGUÉlio elÁ

covid mais Priápica que o Cão,

quando tOOdas mãos-do-vento dão Semente

pra crescEEr o disisPÊro do Caronte_______

no Alvorada o presid’ANTA sÉÉÉgue

a catilina da cartILHA antí vacÍna...

SONETO DCCLI

Soneto n.751(Forma Inglesa, em memória de

Carlos Drummond de Andrade)

A arte que pratico é Íngreme e

encafoFÁdos nos Sonos vão meus pássaros

que são num mÊsmo tempo água e pedra,

pêra e gÉrgelim__________

como um dedo sobre a tÊmpora apara as

próprias estrelas e como o

sol circunscrevendo a muralha

arqui-SAngra a castidade descoberta eu

carrÊIo a desMEsurada Túnica

de Também trazer o Eterno ao

contingente, borURZÊguim a

dizer que toda a sexta é mais que

SAAnta______ eu São Mármaro dou lua, dou

conhaque e simbÓra à comoção como o diabo.

SONETO DCCL

Soneto dele São Mármaro(Soneto n.750, forma 4/8/2,

para André Pessôa)

“Dirtirei” o… trófimo-MiSÁurico

infortunééério de em piSURUBAS niNHÚmas

se poder mais dizer “bonita viola minha,

minha bonita viola”..._________

a gente ter no CÔIso um presid’ANTA

que na História é que nem os reis

da casa de Israel intééé o cativeiro

na Assíria_____ “fulano discansÔ com

seus pais e sicraNÔ reinou em seu lugar,

e tão logo ‘ssentô a bunda no tronÉRnio

fez PIÓÓÓ que todos que antes dele

assentaram as régias bundas por ali”______

a vida êh! VAI danada pra Catende

urucarar na casa das CaipÓÓra...

SONETO DCCXLIX

Soneto n.749(Forma Inglesa)

Mânhas caapÓs no solo-Horror

do braço ao sa-saTUrno V amarrARADO -

e para looonge do outro braço

foi mandado, sobrando aos Lêmbios

apenas pesquisar nos açougues se

haverIÁ uns Ôôsso’pra fazer a Sopa,

e será quando temeres o que está Alto,

e a voz das aves so-souber a trinta Erínias

marimbondando NUUAS nos cangotes

TEUS_______ e sÚbito esse Ocre dÉÉssa terra

sob os passos mostrará o QUÃO

estreitas se tornaram elas pÓrtas_________

arquitetura polifÔnica do Inferno

com seus braços de Capetas mais CromÁTIcos.

SONETO DCCXLVIII

Soneto, n.748(Forma 3/2/7/2)

o Apocalipse do aPÓStolo Juão tá logo ali,

‘quiapoQUInho ‘ssstrumÊJA,

elas três águias no céu

ê bordarÃO os ai-ááái!! -

por cÁÁUso das trombetas dos anjos_________

o SAL mais Cérbero se põe de pé

sobre o ‘scaNINHO dos homens, vaCÚmeos e

os dÔIdos dão-se os pés n’um doSSerÉL

de mais ninguém poder tirar cavalo da

chuva_______os tão-Pretensos Ícaros terão horror

em ver que estão planando como pianos de

cÁÁuda e eis então o CÔIce do

poslúdio adentrarÁLIO: TODO o sangue

vem à boca, numa Palavra.

SONETO DCCXLVII

Soneto n.747(Forma 3/2/7/2)

MindiNHÔs dele aÇÚcar perdEREndo a guerra

pros dedos médios todurÚS priaPÍquicos:

elefantes indo morrer soziNHÔs

no quarto ao lado, o ano unDÉcimo do rei

foi quando abriram na cidade

a Bréécha, e dispersaram-SE os discípulos

TÔDOS, inclusive ele rapaz vestido de lençOl

e que fugiu pelado, garOÊÊ

vai se ‘sssssprandÂNdo de Sum Páulo

até o ponto do sapato em pé sobre as areias

e sobre ele-Botão Vermelho que fará às

rosas de Hiroshima o mesmuLEngo

que à figueira seca fez o Hóspede:

nunca MAIS ninguém coma de Ti.

SONETO DCCXLVI

Soneto, n.746(Soneto-Espelho do soneto n.

518, escrito na forma Paulo Henriques Britto. E

dedicado ao amado Phelipe Chiarelli)

Tôôd’ela Vez que a Suburbana atravesso

eu escuto no Capão do Bispo

os lundús-Transfigurência dos escravos

e que nosso esquecimento não deixa

que de VEZ se acabem de Morrer, mas

nerHÉIN tem Como______ em Brasília

guerniCÁS ambulantes coturNÚram

seus rostÚs descadeirados desd’ouTUbro de

18, berranteando Bosta pelas GUÉlas_______

mas – Deo Gratias!! - Poesia sÓÓÓpra

impando pássaros aos porÚS deles homens

e soNHIces que pianejam a Galope_______

dos pulsos deles Poetas

de-pende el’ Argamassa do Mundo!!

SONETO DCCXLV

Soneto, n.745(Forma 3/2/7/2)

O estafeta com o pássaro no ombro

é funcionário do MiniSTÉRIO

das ConjumuraçÕEs

delá loucura que é EEEU:

se um deus morrer eu pego

um trem pra ir Danado pra Catende

e encomendar um outro co’as CaipÓra,

o São Cristóvão dos meus alamBÍque

é toda cana necessária pro apiPUco

de encompridar andorinhas, que o restante

deles homens terá por Fim que dar

ao Amarildo seu enTÊrro de corpÚ presente______

haverão tardes, manhãs

no diá ÚÚLTIMO.

SONETO DCCXLIV

SONETO N.744(Forma 3/2/7/2)

… e Espírito sardHÉIN??ha o

mais recente oROlhar sobre

o EspiaÇÁdo horizonte________

mais taquarAIS(! )Sem sacis e

palestinas com três anos de

SÊÊÊCA segundo elá palavra do

profeta Elias: céu desazuLÊja

os azuis pra multiPLÍcio das

trevas(e ‘inda né NÃO mei’-dia) -

orcs de Mordor em cada Sílaba,

cadÁ sentença que o bozo fÁla

no cercadÍM do Alvorada_________o

inflaçoTRRRÓPIO de mortos que elá covid

coBRô teve os cumêço em 18, 28, do 10….

SONETO DCCXLIII

Soneto, N.743(Forma Paulo Henriques Britto)

NoiteSSência sobre brasas que já foram

bandeirá-do-divino do Hóspede________

escada de Jacó andá feCHÁda -

faltam peças de reposição.

Também as búlicas gigantes

desd’outubro 28 de 2018 cessaram

TODA a produção de libriões pneumáticos,

a poeira não desgarra dos pés-de-galinha

e não se Aguenta o Mar de cisco

nos Olhos: quem lê tanta notícia?

Pode um bozo no planalto desbancar

os elefantes da Cantiga da turmá da Mônica??

quasí seiscentas mil famílias

jurarão que SIM.

SONETO DCCXLII

Soneto, n.742(Forma 3/2/7/2)

Meus essemérios de Angola são

manhãs guaçús

de tão SÓS_________ sóis

de não caberem nos aeroportos

e aviões nem por instrumentos saberem

tirar as meias: solo-Horror

em Búlicas gigantes. E mais pancÊIras,

solas de sapato a bater coxa

sobre mais de seis-seiscentos mil ‘squeletos,

pássaros fatais e elás-Infâncias

‘stão looonge – de inadiantar pedir

para dormir na cama dos pais________

manhãs mais SÓS,

de piramBÊras GuaçÚS.

SONETO DCCXLI

Soneto n.741(Forma 3/2/7/2, para Leonardo Marona)

O Velho Ferges olha aquele quadro

do Portinari______ duas crianças pulandÔ

carniça, e o sorriso

não consegue distrancar a porta,

anel de vidro quebrado, elas cirAndas

matadas junto do deus que não se pode

ir buscar outro no PiaUÍ – agora

Má-Jurumenha usá coturno e

mais de seissesCEntas mil famílias

ficaram SEM crejuás, coleirondós,

bem-te-vis_______ no Alvorada des’dois mil e 19

todá alvorada há coproFÁgia no Cercado_______

claquIMUNDA abre as boCÁrras, fagoCIta o

merderÉU que o Ogro cÁGA pela bOOca!!

SONETO DCCXL

Soneto, n.740(Forma Inglesa, à memória de

Mário de Sá-Carneiro)

À minha frente – lOOnge -

o cais, e o mar atrás,

que entre Brumas

esperava, Sânscrito_________

paz, paineiras, umas primaveras -

tudo de Antes jaz

empoeirado e magriço,

futurós nirinHUMs_______

tudo ERROU às bérras de

infinitas alcatéias que em 2018,

mês dele outubro – tomaram o Paço,

o Povo, o Planalto________

o sonho de ÍRIS

morto a ouro, e brasa.

SONETO DCCXXXIX

Soneto IninterLÚdico(Soneto n.739, forma

Paulo Henriques Britto)

Pela janela da fábrica

dia se faz rabiÓla

de soltar pipa_____ lá dentro

o funcionário-grumete

esquece os donos de Capitania

e se o algodão-seriDÓ é MEESmo o

milHÓr do mundo: as mãos

viram esCÁda onde os anJÚS da Velhice

descerão/subirão por ela e Néssa altura

o Jusé já não terá peças

de reposição na cangalha,

aeroportos cancelarão as caravelas

restantes______ pela janela da fábrica

se foi mais uma pipa, Voada.

SONETO DCCXXXVIII

Sermão raiz-fÓrte dele São Mámaro(Soneto n.738.Forma 4/8/2)

“Sou imbrochável

e incomível”(Jair Messias)

Poema sobre os Muros do Século:

o CÔIso SIM cairÁÁ e nunca mais

as janelas ‘starão macamBÚzias com

carolinas chorando nelas_______

aqui neste terreno Lusado as esperanças

botarão Ôôlho pra fÓÓra dos

socaVÕES ainda co’ uma ponta de

caGAço, mas lá de Cima os

urubus-jeréba serão as pombas com oliveira

nos bicos, aboiARANDO pro mundo

o custiPÍÍÍU que levará bozoNÁZI

pros quintARÁLHOS do Inferno_______

onde o esPÉram pirocÕES de caPÊtas -

e todos eles curimbÔS IMBROCHÁÁÁVEIS.

SONETO DCCXXXVII

Imagens(Versão soneto, n.737, forma 3/2/7/2, à memória

de Mário de Andrade)

O raio de sol arisco

riscando o chuvisco ao Meio

encerra ela terceira paisagem

do arlequinal MariÔStro, anÚ que vem

ê vai fazer cem anos______

escadas Zéfiras vestirão a pele dos

deZÉrtos – veias claras dos gravatás

tangendo em Hora

as areias_______ Poema

assim sapé na lagoa se VEM

brisando a Manhã… as pombas

se agaDÃnham nos arranha-céus com

ginga de mestre-sala: ainda(por algum Tempo)

haverão claves de sol.

SONETO DCCXXXVI

Brejú das Almas(Versão soneto, n.736, forma 3/2/7/2,

à memória de Carlos Drummond de Andrade)

Brejú das Almas é municÍPE

que arrota cereais

pra Montes Claros

e o vento faz piá

mijá nas cama’ em julho________

friÔ sabe a Férro nos ossos, botocuNIldo,

há tumbéim exportação de toicinho

mamoNÁ e ovos_______ nos intervalos olhos

sugam das telas o que lá longe a

antiga capital exPÓrta de MIÓ

nestes dias_______ crianças pretas levando tiro

nelas caCUndas nos banCÚ’ de trás

delas K.O.mbis, nele alemão compleXÔ:

Brejú das Almas faz pelÚ-sinÁ’.

SONETO DCCXXXV

Soneto aGAROAdo(Soneto n.735, forma 3/2/7/2)

“A Serra do Róla-Moça

não tinha esse nome NÃO”(Mário de Andrade)

Cidade dos homens debaixo

d’um cobertoldo aGAROAdo

desque elas sombras da nÔIte

subiram os galhos das árvores em busca

dos Socavões onde o cavalo da Anaile

há muito se despenhOU, fundÓs onde

amarelos não chegam e

nem o carro de Apolo – a

serra do Róla-Moça fez do noivÓ

como à figueira sem frutos o

vergasttalho do Hóspede e pós-Depois

não teve lampadosa do Encanto

que espírito algum desse Jeito:

perdeu-SE o Nome do moço.

PanGEricÁrio n.6("GentilERÊza", soneto n.676, à memória do querido Profeta Gentileza, forma Inglesa)

Domingo é dia de panegiricAR

Gentileza, salvador de elefantes,

um dos primÊI!ros

que na amplidão deLÁ cidade dos homens

viu cavalanos roXILdos comendo ipês

envenenados e os SacizÍS 'doidecendo

por causa do rapé de petróleo -

São Curió no alambique

e a vestidURA é quarta feira

porque o diabo das carrapÊTA!s -

furÚMbeo, capetalista - indÁ não

sabe que perdeu o mandato, mAAs

Deus o Pai já deu Órdi: o estafÊTA

aí vEEEEm, telegRÂmico.

PanGEricÁrio n.5(Soneto n.675, forma 3/2/7/2. À memória de Mário de Sá-Carneiro, e para Caleb)

...aÍÍ é o siGUInte: a TÔmbola

andÁ diPRÉssa e nem sei quando

irá parar, vestindo CHUvas

de cracaBUM!!zios mais TÔrpes e

ilás-pesTÊras do bOzo amontUÂndo covID

na carvOÍCE dessa vida mais CÂnha,

e o pesadelo é qualquer cÔIsa

assim pra lÁ de TeERÃ - são ESTES

os que sem chaleira nem CHANCES

morrem à luz do céu profundo

endoidecendo Caronte - na Barca dele

o que não fALta é aglomeração

(de defuntos...)_______ galeões EH! chegaram -

trazendo as sete princesas que morreram...

PanGEricÁrio n.4("Estrada do CaxambÚ", soneto n.674, forma Inglesa com Estrambote de um verso no terceiro quarteto, dedicado a Augusto Guimaraens Cavalcanti)

A noite ancora seus traques

sobre os Sotéus da Memória, sob o brEÚ

todas IAras expelem Sal

após orgASMOS, depois então mundORÓ

pode dormir, transcendente. Toda lentILHA

reza um XÊÊro de chuva a supimPAR

das panelas_______ painEI!ras

e o Corcovado por detrás das árvores.

'marRÔo o meu pensamento

no CaxambÚ das Esferas,

voz que sAI pelos pulsos

grita às cidades que corram sÔFREgas

aos litros d'Água ainda à venda

nos poços________  saculÊJO das chamas

já sobe os morros de meus braços.

PanGEricÁrio n.3(Soneto n.673, forma Paulo Henriques Britto)

Na rua BarirÍ não tem larEI!ra nos aparta-

MEntos______ cinza alAdo que os invernos tRAgam

não 'traPÁlha os coletIVOS no Olaria,

nem a densidade demográfica dela piscina

desce a zERo. Nas ruas próximas

quintais das casas mantém vivAAço

os baticuns das macUMbas, maravilhICEs

de Este país tão Brasil:

zé-Povo a destabocAR-se

mandarão bolsoNAZI pra mÉÉrda

(de onde NUnca deveria ter sAÍdo) -

gente gUÁpa irá floRIR pelas ruas______

porque a Hora - que não espera -

ninguém mais a deixará escapar.

PanGEricÁrio n.2(Soneto n.672, para Luciana, forma 3/2/7/2)

O caballero do mundORÓ DelirANTe sou eu NÓs,

somos TU, e vÍV'ele RAbo

do MungurÔSTIO tatÚ______chore o agoGÔ,

que meu Pai Grande em grilhÕEs

descatemBRado veio dar

no Valongo: valeram como CenTÚrias

teus poucos anos de vIDa - esquinas que me avisaram

pra não ter medo dos trapos. Sobre a cabeça

os aviÕEs e os meus pÉS possuindo

apartamentos nos pULsos, aPÓsto meus lábios

que o amarelo e o azul terão filhotes

bem VErdes, embroquescendo nos cosTÁdos

da Chuva_______ Ilês pau-FÉrro, irinÃS

nos olhos de Luciana...

PanGEricÁrio n.1(Versão soneto, n.671, forma Inglesa)

Não ningHÉIN ampÁra o cavaleiro

do MundEÚ delirANTe('ssa verdAde tão SÁbia quanto

tÓÓrta de chocoLÁte no beiço

dos meus onze anos)_________

e a rádio roCK-CidAde teve já duas MOrtes -

prantEREjada neste arraBAlde

partido como o Ovo do

conto alemÃO - tambHÉIN TRÉNbe e

doidÍCIO: cuidÁÁdo mãozinha no 

que PÉga pois o

salvador do Céu pode não te atender

se você pôs a buFÚnfa na

cUÉca: t'EsconJÚÚro! - e Santo Antônio do 

CategERÓ vai te mostrar o minGUÍnho.

Paisagem CurimbORÓ(Soneto n.667, substituindo rascunho perdido. Forma 3/2/7/2)

Aqui tre-trÊs horas

dela tarde susPÍroa - fundORÓs

curimBÚricos nele meu bairro

onde a cidade trÊs botões desaPÉrta

e o gado amOIta na capoEIRA

banzante________lá vem poTÓque-toTÓque

na lona que você abre

elas primícias da chuva, assim puÇAnga

de chEIro forte do mato e vem você

inspirAAAAndo aquel'Essência

que leva embora a poEIra

dos cantos mais norUEgos

dela Alma da gente: você Sorri e

despentEEIA todos os pés-de-galinha.

SonÊÊto da nOItch! de São JUÃO(Soneto n.734, escrito na noite de 24/06/21, forma 3/2/7/2 com Estrambote no último dístico. À memória de Murilo Mendes)

O apocalÍÍPse dele aPÓstolo JuÃO

'xpLÓde o SuperAmenDUÍm

junto ao 'spiNAfre-BioTÔnico____________

babás tiram correeendo carrirÍNs de bebê

porque os QUAtro cavaleiros

baterão RÉ-corde em voltá mais RÁpida

e os tamburINs deles anjos vão

'sparrAMAR taças pelo mËi' do céu:

o FIM vem beem gritaando o funeral

dos Fla X Flus, e dos milico' vem o grIH!!to

de "CAÍ SOBRE NÓS" - à MantiquÊIra

indiferente - "batemos PÁlma pr'ele-CÔiso

à custa de 500 mil pessÔas"- INADIANTA!! -

Vão-se pros Quinto' seus pUUto' - São Mármaro

vai lhes DizÊ.

Soneto com Eco do Castro(Soneto n.733. Forma Inglesa)

CabroBÓ delas Antas é o sumidouro

onde o esPÊlho da perdida Esperança

desfrrrrunDÍU-se em pedAços, graças ao

cÁCto intratÁvel posto ao sÓlo pelo

temporal cabelÚdo________eu falo delas

quatruCÊntas e noventa mil laringes

que jamais terão voz pra novamente

gritar gOOl! nos domingos: sem preVIÁ

consultÂncia um mandatÁrio coiSÚdo

os colocou na barca do Caronte 

porque Paris bem vaLÍa uma MÍssa e a

cloroQUIna tava AÍ pra isso MÊRmo_________

Senhor Deus destas ÁLmas! - por miserÉre

cobre com JUROS desse bÔzo aSSaSSiNÓQUIO!!!

Postal n.3(Soneto n.732, forma 3/2/7/2, à memória de Mário de Sá-Carneiro. Para Caleb.)

Atrás em meu pensamento

a rua do Ouvidor e todas as suas

barracas, perereQUÊ de comércio

que bEEm remOnta às Turmalinas

d'AntÂNH?o, e mais a Oeste

vento SÉRRRRa os seres pelo mÊIo

e as viÚvas não recebem montePÍo_____

sol nas bancas de revista não deixa ver

láá entre as ÁÁrve'

reflexo de baionÊTA!

buscando a quem devorar

(o grAAnde Ausente é o Lampião de NÁrnia)______

regatas-MUrtas de luar desvestirÃO

toda a roupa em pleno InglÓ dela PÁItria.

Postal n.2(Soneto n.731, forma 3/2/7/2, à memória de Mário de Sá-Carneiro)

O espaço-Livro de mim-MEsmo

tem MUita falta de

um pouco mais de Azul

nos quatro autÓDROmos da Rosa________

rande-VÚS em família sururuQUÊiam

o Pouco mais de Sol que FÔra brasa

na janela, e num tem fEIra amanhã,

e nem foLÍa pra Jusé/Juão________

timbres de Outono invadem caules de

luAR que os dedos-FÓsseis

não dão mais conta de Brilhar por

entre as águas que chOOram________

o espaço-Livro de mim

ninguém (MÊsmo) quis tirar pra dançar...

Postal n.1(Soneto n.730, forma Paulo Henriques Britto)

O tinteiro truPIca nas mãos E

a tinta foooge pelos dedos________

não dá para escrever obra prima E

nem cunhada e nem sogra, elá Vontade

entrando na balaLAICA E

no pé do pinto________

nossas frUtas mais gostosas

custam cem mil réis a trÚZIa

e me aborrecem tAAnto:

anoiteceu num temporal macaNUdo

que desCEU pela barba de Arão e

ninguerÉIM se deu por Achado,

não valia a Missa________

tarde quEEnte esvaziOu prateleiras.

Soneto n.729( Forma 3/2/7/2)

Diás 'strÂNHOS Estes_____ horas soam como

acordes tÓRtos do HermetÚ PascoAl, pássaros

fuzarmerÍNDIOS________

vento vem tecendo elÁ paisagem

que não Brilha porque Surdos os

ouvidos vão - são guias cegos

que outros cegos vão trumBLÂndo pro

aBIISmo, todas portas eh! desabam os

tornozelos como casas constRUÍDAS sobre

arEIa: os coturnos vão citados como

catecismos do InfernÉU que hoje é Brasília

e se NÃO retirarmos do planalto o bOzo

amanhã num tem fEIra - hEI José,

num tem mais construção - hEI João...

Soneto em modUÉ Postal(Soneto n.729, forma Paulo Henriques Britto)

O tinteiro truPIca nas mão' e

a tintÁ foge-mE pelos dedos________

não dá pra escrever obra prima

nem cunhada nem sogra, la volunTAd

entraaando na balaLAica e

saindo no pé do PInto__________

nossas frUtas mais gostosas

custam cem mil réis a trÚZIa

e me aborrecem tAAnto, 'nOiteceu

num temporal macaNUdo que

desCEU pela barba de Arão e não-nin

GUÉm ê! se deu por Achado, não

valIA a Missa________ mUfa quEnte

esvaziOu prateleiras...

Soneto do Malazarte (Soneto n.728, forma 3/2/7/2)

Quem

bole em TOdas as Almas

que encontra?_______ sala de visita COM

paisAgem, Malazarte É o NOme,

firma Reconhecida

em cartÓrio. E quem DÓrme

na cabeça do hOmem? É EEEle que tem

ÁSas que nEEm

vanGÉlias cheias de versos______ 

cheiRÚ d'angélicas e

chamas da nÔIte

deslocando os sentidos da rua, 

amanhã

vem no jornal.

Soneto n.675(Forma 3/2/7/2)

No canjirÁU desses OprimiNÓzios

sapos cururUS ê mais se espaVENTAM

nos peraus profundos__________

de cada vez mais gente coaxando Junta,

gEEnte que perdeu faMIlia pra covÍÍd,

vendavÁÁl que levou TUdo embora. O cÉU

é todo esPASMOS em bronze e brasas cÂNHas

de fogo, tesouros molham rosto na tRÉva

e nunca MAIS o sopro dos meninos-Anjos

(fugiram tOdos gritando) - no São Francisco

todÁS carrancas deixaram os barcos

como proTESto pelo bozo-CÔrno em Brasília:

no canjirÁU desses peraus maTÁdos os

telefones coaxam Dulce, morta, Dulce, mÓÓrta.

Soneto n.727(Forma Paulo Henriques Britto, com Estrambote de um terceto no meio do soneto)

...êêêhh cachecol da via-LÁctea

mais diFÍcil de alcançAR

com a mão..._______ mundÉu 'rreliou-SE,

des-Águaco, e o esTIo perelecou

dando cÔIce, a tal ponto

que o coronel desceu de bUNDA a escadaria

do novo municipal mesmo no mÊI'

do concerto do Radamés tocado pelo grupo

do Jacó________vem no jornal amanhã

que o mortiLHÃO da covid vai 'trapassAR

a casa dos quatrucÊNTOE setenta mil

cÓÓrpos desgarranÇÁdos das Almas -

devidamente em pé na fila

pr'ela barca do Caronte - guimborORÁS

de cigarrÊ mal fumado na cabeça

das hÓRA'_________ êh cachecóóól da via-LÁctea

mais diFÍÍcil de Alcançar com a mão...

Soneto dela chuva CaÍNte(Soneto n.726, forma Paulo Henriques Britto)

... mãos por tÔd'ela avenida que

manhEREcêra azuLOna_______ máquina de braços

quizomBORÉs, cinzANILdos, chuva: na conjugaçÃO

dela água proFUSA, ubiquAMÁSIA

por TUdo_______ seu Ferges 'spreguiCÊA

nas amuradas deLÁ jan'ELA, cachimbÓ

neles bÊI(!)ço' - não há o que rompa(ele

imagINA) a profundURA das nuvens,

tão baixas que seus dedos tampam

os lilases das hortênsias Longe...

o tchÓque-tchÓque d'um desgarrALdo

tropin-trupica nele asfalto do quarto_________

há MAR intÊI!ro na chuva que espalha rÊses

no mundÉU lá fora...

Estudo em moduê yamaGÚ-tamaGÓshiko(Versão soneto, n.725, forma inglesa)

Cada mês MAIS, cada dia MAIS deeesde

aquele outubro 28 2018 a parterÉLIA de

gente que ao BOzo deu braço a cintura as duas PÉrna'

e a alma lamenta ter posto em pé

el-rey que andando à mó-quÁtru-pÉ'

as quatrucentas Selas se fizeram

celas plenas de cavÊIras e o ventÚSKO

sopra em mais de 460 mil famílias

e sem dÓ vai rastILHAndo tudo em

PÓÓ(!!)lvora, elÁs paredes são viÉLAS

maSSumbrando sangue do Jacarezinho,

poxORÉUS delas saídas mais rinchavÉLHOS

dos MÓrtos, cinzarERÊlhas morrENTES

bate-cÔXA piramBÊRA aBÁixo.

Sete Serras(segunda versão do soneto n.311, forma inglesa. Para Jéssica Campos)

O que AINDA gritam os altares:

cada vez mAAis desequiLÍbrio entre eles -

os nichos da Ordem

e da Desordem - ____________

os Vales as Matas as fontes-QUÉÉRnias

por OOnde andam?? Do Outro lado do esPÊlho

aIINda pessoas Somem nos entrrreeDEntes

dele quartel dela Barão de Mesquita,

seus habitantes queimam bandeiras, têm PÉle

com feDOR verde-oliva - enquanto a MÓrte

faz RÉSto dos homens despirem rostos

e irem CEGOS pro MÁr, isso apesAR

de o Velho Dorival ter Baixado avisando que

"ÉÉ nÔÔÔÔIItch"...

Soneto dELAS fuTUras lÁPIdes(Soneto n.724, forma inglesa, para Caleb & Henrique João Stutz)

Conforme a chama da VIda se DES-

carÁLHA rumo à veLHIce

um sazaFRÃo de "dominus voBIScum"

aLÓpra e cresce pr'aqueLÁ senhora

dona de capa e FOice________ se não por bem,

os cragoATÁs nos fioFÓs da saúde

MAAAIS as brabulências

e CRAZYmbices dela própria MAdrasta vIDa

êêêh se encarREGAM  de por muTUcas

nelas biCHEiras que os lustros vão - beeem pimPÃOS -

mulequimente abrindo no matagal

das auriverdes juvenilidades____________

São Mármaro dá o complemento: ningHÉINm,

ninGUÉM!! escapa dos sete PAlmos, maNÉS.

Soneto n.723(Forma Paulo Henriques Britto, para Alexandre Guarnieri)

Há bem CEM porções de sAÚvas

paraquedistando a cada quarto-de-hora

pelas esquinas das avenidas centrais,

cirandaLHÊras tri-LOUcas, foz

que no oceano faz PororOCA e são

os cinco dedos da mão do Adão

incanDESCENDO pela Eternidade

após comer o fruto da Ciência

e EstoporÁÁr o CU da humanidade_______

no PÓS - Olha Eles-TRÊS!! -

mostrando a porta dos FUndos

e o caramBÔlo das raças

se desaGUANDO no cremaTÓrio do

CÁÁrmo, tambHÉIN a cada quarto-de-hora.

BatmaCUMba de QUArta(versão Soneto, n.667, forma 3/2/7/2. À memória de T. S. Eliot. Para Ullisses)

Rogai por nós pecadores

agora e na hora

de nossa MORte.

Rogai por NÓs

pecadores agora e na hora

de nÓSSa_________ rogai

por nós pecadores

aGÓra

rogÁI

por

nós pecadores,

rogááái

por Nós,

AMÉM.