Soneto da Louvação (n.553, na forma 3/2/3/4/2. Para Luciana)

Vou fazer a LouvaçÃÃo,
louvaçÃÃo
louvaçÃÃÃo desse povo que amarrÔA

pauLÊra - com farinhÁcia e feijão -
'sse rojão-Cantareiro

de o salário ser BEM mais Curto
do que perna de cobra, 'ssa viDÁ desmentida
que pra 'guenTÁr é que o povo

prossiciÓna - que nem cobra no chão -
chamaranando eles Santos
que InterCÊdam pro Nobis_________
louvaçÃÃo louvaçÃÃo

vou fazer ' specialmente pros que:
nesse Embate morreram, MariÉÉlle, AmarÍÍldo!!!

Soneto, pra Bossa Nova & pra Ela( Soneto n.552, forma 3/2/3/4/2, pra Luciana Moraes)

25 de janeiro É dia da Bossa Nova,
que Hoje não-modestamente e
mereciDÍssima anda muitos países_________

a garota de Ipanema é uma simpática
vovó, e sobre seu dorso lavraram

os aradores de todas as poesias,
como raio de sol arisco
riscando chuvisco ao Meio_________

hoje, eu cantário e florido erijo TU,
moça gazela de trás-os-montes
nele genoma, como a letra VivarÁdia
da bossa nova que é 'cordar todo dia

e macaNÚdo lembrar que o oXÍtono SIM você disse
quando eu cantei "se você quer ser minha namorada..."

Sobre Imbecis & silêncios (Soneto n.551, forma 3/2/3/4/2. Para Caleb)

O silêncio dos Imbecis difere em grolós de
 ESSÊNCIA dele silêncio
dos Sábios_________

os Imbecis são naus-CÂnhas
com Todas as velas Rotas,

são mequiTÉrios inescapáveis
a dar as costas aos Três, incapaZÍÍssimos
de orarem "Pai, Miserere, a noite Veio

e a alma é Vil e Vã"_________
suas línguas são consumadas
na capoeiragem: rabo-de-Arraiareiam
a própria Verdade se esta não lhes

soa fesTÊÊra________e Claro, se calam Todos
quando clamar se faz mais UrgÊntio.

Soneto das Idas naus...(n.550. À memória de Fernando Pessoa. Forma 3/2/3/4/2)

Quando ela infância são longes Trens
na alva areia derretendo
e os edifícios fraturam a quarta lombar

o aquilo-Muito que já forni como CÂntico
é grito d'Ânsia em toda crassa arquitetura_________

inadianta o dia Treze não vir sexta,
Gullar Ferreira diria "gentes, é 1967
e uns fios brancos já me surgem no pentelho!"

Quando el'Infância são longes Trens esfumesCEndo
a sentinela é vendaval rebaixado a sopro,
azul de lago Estagnado, e então TÃO
eu mesmo fui Trancar todas as portas___________

Abacateiro!!_______ o que era doce acrambolou
num tamarindo Inteiro, agosto Azedo!

Soneto do pau-brasil (n.549. Para Luciana Moraes)

Na estrada perto de casa quando eu Nasci
num tinha NÉÉrias de asfalto:
passava boi, e_______sol de quase dezembro
meu pai fez um cinto de cobra.

Depois depois fizeram tapete
pros buCÉfalos-Ferro, paSSáro' o Rodão
nas árve', e o mataRÉU
se Acabou________seeem direito a

pisurubas de misericórdia. Daí tempo
foooi, gramando nas patas que nem boiadÁ
porque Paris e Brasília seguem
valendo uns GrÓlios de missa____mas ÓÓ,

nem tudo é CHAfúrdio: umas crianças plantaram
um pau-brasil bem no olho-Maior da estrada.

Soneto, n.548(À memória de Cecília Meireles. Para a amiga Amanda)

(Soneto composto sobre poema
de 11/10/2008. Para ser lido N vezes, ao som
do segundo movimento da Sinfonia n.2, em Ré maior,
de Jean Sibelius).

Foi retramà Viradeira, cobra coral
inês-cangalha escondejida, SaltÉria:
achei queRÊncia no asfalto(e por Instante)
a noite inteira meu Dia_________

de passarÂndia Existência
o orvalho AlfÔmbrio mais raro
e Nisso tão rosto-Esfinge
pelas janelas da Tarde...

e então mais nada, mais Nada.
Um secuLÓrio eroDIdo
cinza SonÓÓro, Musgueira
no muro Todo E nos braços__________

aqueeele(mais raro...) orvalho era sem Fim
por UM instante: depois mais nada, mais Nada.

Dois Sonetos revisitando o poema "Igreja da Penha"(n.547, forma 3/2/3/4/2. Para o Caleb)

II)
Então mandÁro vÍ
dos lÁs de Embós de Aruanda
um mooonte de cabró' preto

pra malhÁ cana e tabaco
e tomá Fumo e MORTE nos lenho'...

pois ESSES subiro' o morrote
decabeLÁro umas árve'
dispois pusÉro de PÉ

à custa de renque e sangue
um casarão bem bunÍto, e vai,
chamÁro Nossa Senhora
pra morá Nela_________

é só por eles, por EEELES e pelos índio' moreno
que Ela tá Lá, ' té hoje.

Dois Sonetos revisitando o poema "Igreja da Penha"(n.546, forma 3/2/3/4/2. Para o Caleb)

I) 
De princípio um morrote,
pelado de Tudo. Embaixo à volta
cabeleira das árvores.

Também pelado' eram os cabró' moreno'
de 'rabaldeio, posseiros dum looonge tempo.

Ilés depois deu na praia
uns cabró' branco nuns pirongo' enorme,
e viero' lá de muito dispois

do raio que os partam.
Jantaro' Cocháro' Mataro'
os homi cabró'moreno' intéé
que nem xêro deles SobrÔ___________

e faltô mão de facão
prós pé de cana d'aÇÚcri.